O neofascismo e o golpismo parecem cada vez mais naturalizados no Brasil.
Quando um senador fala abertamente sobre passar por cima do STF a democracia está em risco.
Flávio Bolsonaro atualizou a velha ameaça do “cabo e soldado” e exige que o sucessor de Jair rasgue a Constituição.
Às vésperas do primeiro turno de 2018, Eduardo Bolsonaro disse que bastava “um cabo e um soldado”
para fechar o STF se seu pai fosse impedido de assumir a presidência.
“O que é o STF? Se prender um ministro, você acha que vai ter manifestação popular a favor dos ministros do STF? Milhões na rua?” questionou Eduardo.
O bolsonarismo já apresentava suas credenciais golpistas antes mesmo de assumir o poder.
O afrontamento ao Supremo sempre foi uma prática permanente, sem necessidade de motivo.
Nesta semana, Flávio Bolsonaro, considerado o filho mais moderado de Jair, repetiu a ameaça.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele afirmou que o candidato apoiado pelo bolsonarismo terá que garantir anistia ou indulto aos golpistas, mesmo que precise usar a força contra o STF.
“Certamente o candidato que o presidente Bolsonaro vai apoiar deverá ter esse compromisso”,
declarou Flávio.
Ele detalhou o plano: se o Supremo barrar o indulto, o presidente bolsonarista deve garantir que a decisão seja cumprida, mesmo com interferência direta entre os poderes.
Flávio admitiu a possibilidade de uso da força para salvar os aliados.
Dessa vez, a ameaça golpista circulou de forma lateral no noticiário.
O golpismo bolsonarista parece cada vez mais naturalizado pela imprensa, que reage com meias palavras.
O editorial do Estadão foi exceção ao chamar o golpismo pelo nome.
Já outros jornais suavizaram a gravidade das declarações.
O bolsonarismo segue vivo, atuante e golpista, enquanto a defesa da democracia parece cada vez mais enfraquecida no debate público.