Bolsonarista preso: 12 anos de prisão por assassinato de eleitor de Lula no Ceará

A Justiça do Ceará condenou a 12 anos e seis meses de prisão, em regime inicialmente fechado, Edmilson Ferreira da Silva, bolsonarista acusado de matar a facadas o eleitor petista Antônio Carlos Silva de Lima, durante a campanha eleitoral de 2022. O crime ocorreu em um bar no distrito de Guanacés, em Cascavel (CE), e foi julgado em júri popular nesta segunda-feira.

Segundo a denúncia do Ministério Público, Edmilson chegou ao bar acompanhado da esposa e de um amigo, e provocou os presentes ao perguntar em voz alta: “Quem é Lula aqui?”. A pergunta deu início a uma discussão com Antônio Carlos, declaradamente apoiador do ex-presidente. A discussão evoluiu para agressões físicas e, em seguida, Edmilson sacou uma faca e desferiu três golpes na vítima, que chegou a ser socorrida, mas morreu na UPA do município devido à gravidade das lesões.

Durante o julgamento, o juiz Vinicius Rangel Gomes destacou que o crime não foi motivado por um desentendimento qualquer, mas por intolerância à opinião política da vítima — uma motivação classificada como “torpe” e “profundamente inquietante”. A sentença enfatiza que a intolerância política, quando se transforma em violência, representa “uma afronta à própria civilização” e atinge os pilares do Estado de Direito.

Edmilson, que está preso preventivamente desde o crime, confessou o assassinato, mas alegou que agiu em resposta a provocações. A defesa foi realizada pela Defensoria Pública do Estado, que ainda não confirmou se irá recorrer da decisão. O pedido de liberdade durante o processo de apelação foi negado pela Justiça.

O caso evidencia os perigos da radicalização política e expõe, de forma trágica, os limites que foram ultrapassados no debate público nos últimos anos. A sentença representa uma resposta firme do Judiciário contra o avanço da violência como forma de silenciar o pensamento divergente.

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